quarta-feira, 18 de junho de 2014

Os livros eram fachada para a pornografia - Parte 2

Esta é a segunda parte do artigo iniciado aqui.

Mesmo sendo um jovem ingénuo, um aspecto do livro "The Church and the Homosexual" sempre me soou estranho.

Dado que McNeill estava a sugerir um revisionismo radical à tradicional ética sexual Católica, não havia quase nada sobre a ética sexual. A ética sexual Católica é bem específica sobre o propósito da sexualidade humana e sobre os tipos de comportamentos que estão de acordo com esse propósito. A crítica de McNeill à ética tradicional ocupou a maior parte do livro, mas ele deixou o leitor com uma ideia vaga sobre o que ele propunha em seu lugar. Em relação a isso, não havia nada lá escrito sobre a vida real dos homossexuais.

No seu livro, o homossexualismo foi tratado como uma abstracção intelectual, mas eu estava desesperado para ter uma ideia do que me esperava do outro lado do armário fechado. E sem ninguém para além do [ex-]Padre MacNeill como guia, fui forçado a ler entre as linhas. Há uma única passagem que eu interpretei como pista. (Na verdade, essa passagem foi quase que um nota de rodapé.) A dada altura ele comentou que as uniões homossexuais monogâmicas eram consistentes com os ensinamentos da Igreja, ou pelos menos com o espírito renovado e de renovação da Igreja pós-Vaticano II.

Com nada mais a que me agarrar, interpretei isso no sentido prescritivo e deduzi que McNeill estava a alegar que os actos homogénitos só eram morais se fossem feitos dentro do contexto dum relacionamento monogâmico. Para além disso, assumi o que parecia ser algo razoável, isto é, que o autor conhecia tais relacionamentos; devido a isso, fiquei com a expectativa razoável de encontrar tais relacionamentos. Se assim não fosse, para quem é que McNeill estava a escrever?

Não fui suficientemente ingénuo (embora tenha sido muito ingénuo) para não me aperceber da existência de homens homossexuais promíscuos. Mas colocando de lado McNeill (...) isso levou-me a acreditar que para além dos homens promíscuos que por aí existiam, havia um contingente de homens homossexuais que se encontravam comprometidos em viver uma vida monogâmica. Se assim não fosse, McNeill estaria a defender a promiscuidade e a própria ideia dum padre a defender a promiscuidade era inconcebível para mim. (Sim, eu fui ingénuo até esse ponto).

Há alguns anos atrás McNeill publicou uma autobiografia onde fala abertamente das suas experiências sexuais enquanto era ainda um padre Católico - um padre homossexual Católico sexualmente activo e promíscuo. Ele escreve duma forma quase nostálgica dos tempos em que andava pelos bares em busca de sexo. Embora ele tenha eventualmente acabado por encontrar um parceiro estável (enquanto ainda era padre), ele nunca se desculpou pelos seus anos de promiscuidade, e nem fez qualquer alusão à disparidade entre a sua vida pessoal e a passagem do seu livro que tanta importância teve para mim.

É possível que ele nem se lembre de sugerir que era suposto os homossexuais permanecerem celibatários até estarem dentro dum relacionamento monogâmico. É óbvio que ele nunca teve a intenção de que essa passagem fosse levada a sério, excepto por parte daqueles que nada mais fariam que olhar para a janela - isto é, os Católicos crédulos, bem-intencionados não-homossexuais, de preferência aqueles que se encontravam numa posição de autoridade. Ou ainda, os igualmente ingénuos e crédulos jovens como eu que buscavam por uma razão para agir em conformidade com os seus desejos sexuais - de preferência uma razão que não causasse muita violência às suas consciências (pelo menos não inicialmente).

Estes últimos, presumiu o autor, iriam eventualmente encontrar o seu caminho até à secção da pornografia, onde a sua cumplicidade com o plano maligno os tornaria indistinguíveis do resto dos clientes regulares. Claramente, havia um motivo para o facto dele, no livro inicial, ter escrito tão pouco sobre a verdadeira vida dos homossexuais tais como ele mesmo.

Eu não vejo de que forma é que a contradição entre o livro "The Church and the Homosexual" e a sua autobiografia possa ter sido acidental. Porque é que McNeill iria fingir que acreditava que os homossexuais se deveriam restringir ao sexo dentro do contexto dos relacionamentos monogâmicos quando a sua vida demonstrava que isso foi algo que ele nunca fez? Eu só posso pensar num motivo: porque ele sabia que se contasse a verdade, o seu argumento estaria morto à nascença.

Embora até aos dias de hoje McNeill, tal como todos os propagandistas homossexuais "Cristãos", evite o assunto da ética sexual como se fosse algum tipo de praga, a sua vida revela de forma cabal as suas crenças em relação a isso. Ele acredita na liberdade sexual sem restrições. Ele acredita que os homens e as mulheres deveriam ter o direito de copular com quem quer que seja, onde quer que queiram, quantas vezes quiserem. Muito provavelmente ele acrescentaria algum tipo de brometo sem sentido em torno da forma como ambas as partes se deveriam tratar com respeito, sem que ninguém fosse magoado, mas qualquer pessoa familiarizada com o ninho de cobras que é a cultura sexual moderna (tanto heterossexual como homossexual) saberá o quão a sério levar isso em conta.

Para além disso, ele sabe muito bem que se ele tivesse sido honesto em relação aos seus propósitos, não existiria a "Dignity", e nem existiria o movimento homossexual "Cristão" (pelo menos não um com a mínima chance de ser bem sucedido). Isso seria como deitar fora os livros e deixar que os comuns compradores de vitrina olhem para  dentro e vejam a secção pornográfica. E de maneira nenhuma podemos deixar isso acontecer, certo? Dito de outra forma, o ex-Padre McNeill é um mau padre e um vigarista. E levando em conta as consequências letais de se envolver em actos homoeróticos, o ex-Padre é um vigarista com sangue nas mãos.

Uma coisa quero deixar bem clara: acredito que as verdadeiras convicções de McNeill, tal como deduzidas do seu real comportamento, e diferente dos argumentos que ele avança para o benefício dos ingénuos e crédulos, representam os verdadeiros propósitos e os verdadeiros objectivos do movimento em torno dos "direitos" dos homossexuais. Esses "direitos" são a pornografia que os livros escondem. Dito de outra forma, se tu apoias o que é actualmente qualificado de "a benção das uniões entre pessoas do mesmo sexo", na práctica estás a apoiar a abolição de toda a ética sexual Cristã, e a sua posterior substituição por um mercado sexual "laissez faire", livre e sem limites.

O motivo pelo qual o movimento homossexual conseguiu obter o apoio de tantos heterossexuais é bastante simples. Uma vez abrogado esse tabu, nenhum outro tabu permanece. Eu ouvi uma vez heterossexuais Episcopelianos a colocar as coisas desta forma:

Se eu não quero que a igreja meta o seu nariz no meu quarto, como é que posso apoiá-la quando ela limita a liberdade sexual dos homossexuais?

Isso pode soar escandaloso, mas se ainda acreditam que o assunto se centra no estatuto religioso dos relacionamentos homossexuais, então preparem-se para me indicar uma igreja algures pelos Estados Unidos que tenha aberto as suas portas aos homossexuais activos sem as abrir também a todas as outras formas imagináveis de acoplamento sexual. Sou demasiado velho para ser enganado pelo "Padre" McNeill e pelas suas abstracções. Mostrem-me uma igreja assim.

Há alguns anos atrás subscrevi-me, através da internet, no grupo Yahoo "Dignity". Por essa altura estavam por lá várias centenas de subscritores. A dada altura, um jovem confuso e perturbado colocou uma questão: Será que algum dos subscritores dava algum valor à monogamia? Eu imediatamente escrevi-lhe de volta e disse que sim, que eu  dava valor à monogamia. Uns dias mais tarde este jovem escreveu-me de volta; ele havia recebido dezenas de respostas, algumas delas eram bem hostis e ofensivas, todas menos uma - a minha - a dizer para ele sair para o mundo exterior e ter sexo porque isso era o que significava ser homossexual. (Este grupo era "Católico".)

Este jovem não sabia o que fazer com estas respostas porque nenhuma da propaganda a que ele havia sido previamente sujeito o haviam preparado para o que realmente era o outro lado do "armário". Eu não sabia bem o que lhe dizer porque por essa altura eu mesmo ainda estava apanhado na mentira. Se fosse hoje, a solução seria bem óbvia. O que eu deveria ter dito na altura era algo do tipo:

Mentiram-te! Pede perdão a Deus e volta para Kansas o mais depressa possível. A Tia Em está à tua espera.

Continua na 3ª Parte...

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